Com os tablets, universitários inovam na criação de games
Reduzir Normal Aumentar Imprimir Os poucos cursos de jogos digitais no País apostam em uma nova tendência: os tablets, como o iPad. Disciplinas que tratam do desenvolvimento para essas plataformas são novidade nas universidades e já incentivam os alunos a montarem suas próprias empresas e a inovar na criação de games.
A Unisinos, localizada em São Leopoldo (RS), tem graduação em Jogos Digitais. O curso iniciou em 2004 e tem duração de 3 anos. Para ingressar é preciso realizar o vestibular de verão ou de inverno. O perfil do aluno são jovens com idade entre 17 e 18 anos, normalmente fanáticos por games.
Para o coordenador do curso, João Ricardo Bittencourt, muitos estudantes entram na faculdade com uma visão diferente do que ela realmente é. "Eles acham que a indústria é só pra produzir jogos para consoles de última geração com muitos efeitos especiais e simulações físicas, como os games Crysis e Killzone. Temos muitas outras plataformas, como celulares e, recentemente, os tablets", afirma.
O aluno vai lidar bastante com matemática, especialmente nas disciplinas de programação, que tratam com algoritmos. Mas também com computação gráfica e design. Para Bittencourt, se o aluno quiser ter sucesso na área, é preciso ter uma formação ampla. "O fundamental é programar, mas também tem que saber de concepção de produtos, entender da indústria e da criação, por isso desenvolvemos diferentes disciplinas", afirma.
No começo deste ano, duas cadeiras entraram para o currículo da graduação da Unisinos: a programação multiplataforma, que ensina os estudantes a programar para iPad e iPhone, e a atividade de projetos de jogos, em que o aluno coloca na prática o conteúdo, desenvolvendo games para plataformas móveis.
Criar ferramentas para essas novas tecnologias é uma forma de dar maior independência e visibilidade aos projetos dos alunos, pois os games podem ser disponibilizados para download na Apple Store, sistema que permite aos usuários baixar games e aplicativos para a marca online. "Esse é um segmento novo que vai atrair muitos estudantes, pois são jogos simples de serem feitos e mais fáceis de publicar", afirma Bittencourt.
Empreendedorismo
Uma das empresas que nasceu desenvolvendo games para iPhone e iTouch foi a The Velopers. Criada por quatro estudantes de jogos digitais da Unisinos, ela já lançou um título para consoles da Apple e o próximo será disponibilizado em três meses.
A ideia de montar o negócio surgiu depois que os sócios assistiram a uma palestra sobre o crescimento de vendas do iPhone. Então, no início de 2010, começaram a tocar o empreendimento trabalhando em casa. Hoje três dos sócios ainda estão na faculdade e dividem seu tempo entre as aulas e os estágios. Guilherme Endres, único já formado, também tem outro trabalho. O plano é, em breve, conseguir uma estrutura física para a empresa e trabalhar em tempo integral.
O primeiro projeto da The Velopers foi lançado no meio do ano passado e se chama Stroopy. No jogo, aparece escrito o nome da cor, mas as letras estão pintadas de outra. Por exemplo, surge a palavra azul, mas as letras estão em vermelho. Então, o jogador deve apertar o botão com correspondente à cor escrita. O próximo jogo é sobre física e consistirá em utilizar fórmulas para poder lançar um rato na direção correta para que ele pegue um queijo.
Endres afirma que um dos principais motivos para apostar em plataformas como iPad e iPhone, além do aumento nas vendas, é a facilidade em distribuir e o baixo custo de desenvolvimento. "Para montar um jogo maior tem que ter um grande investimento, e esse tipo que montamos é mais fácil para as pessoas terem acesso", conta.
O jogo Stroopy não teve um grande número de downloads e já foi retirado da Apple Store, mas, de acordo com Endres, a experiência foi importante para a empresa. "Já temos umas cinco ideias novas para colocar em prática e vamos usar o que aprendemos com os erros do primeiro para aprimorar e conseguir um número maior de downloads, atingindo mais visibilidade", afirma o sócio.
Ampliação do mercado
Outra universidade que oferece esse tipo de faculdade é a Anhembi Morumbi. A graduação em Design de Games é pioneira na área e foi criada em 2003. Ela tem duração de quatro anos. O curso é responsável por um índice histórico na instituição, pois a procura vem dobrando a cada dois anos.
Para o coordenador, Delmar Galisi, a procura tem aumentado porque a área desperta interesse não só pelos jogos, mas também porque é utilizada praticamente a mesma tecnologia digital aplicada em projetos de web, multimídia, animação, vídeo digital, entre outros.
Apesar de muitas pessoas pensarem que a faculdade forma apenas profissionais para o desenvolvimento de jogos, Galisi salienta que a graduação possibilita ao aluno migrar para outras áreas. "Temos oportunidades na área de educação, cinema e televisão. O curso oferece ainda opções de atuação em produção de vinhetas, sites, bem como projetos relacionados à área de hipermídia e interfaces digitais", afirma.
Segundo Galisi, a tendência é que o mercado cresça muito, pois os jogos estão invadindo todos as plataformas: celular, TV, redes sociais e tablets. Isso abre frente para novos perfis de jogadores. "Muitos games para celular são jogados por pessoas que nunca tinham jogado em um console, por exemplo. Eu tenho percebido este movimento com os tablets também. As pessoas gostam de jogar, é algo inerente à nossa cultura", afirma.
Reduzir Normal Aumentar Imprimir Os poucos cursos de jogos digitais no País apostam em uma nova tendência: os tablets, como o iPad. Disciplinas que tratam do desenvolvimento para essas plataformas são novidade nas universidades e já incentivam os alunos a montarem suas próprias empresas e a inovar na criação de games.
A Unisinos, localizada em São Leopoldo (RS), tem graduação em Jogos Digitais. O curso iniciou em 2004 e tem duração de 3 anos. Para ingressar é preciso realizar o vestibular de verão ou de inverno. O perfil do aluno são jovens com idade entre 17 e 18 anos, normalmente fanáticos por games.
Para o coordenador do curso, João Ricardo Bittencourt, muitos estudantes entram na faculdade com uma visão diferente do que ela realmente é. "Eles acham que a indústria é só pra produzir jogos para consoles de última geração com muitos efeitos especiais e simulações físicas, como os games Crysis e Killzone. Temos muitas outras plataformas, como celulares e, recentemente, os tablets", afirma.
O aluno vai lidar bastante com matemática, especialmente nas disciplinas de programação, que tratam com algoritmos. Mas também com computação gráfica e design. Para Bittencourt, se o aluno quiser ter sucesso na área, é preciso ter uma formação ampla. "O fundamental é programar, mas também tem que saber de concepção de produtos, entender da indústria e da criação, por isso desenvolvemos diferentes disciplinas", afirma.
No começo deste ano, duas cadeiras entraram para o currículo da graduação da Unisinos: a programação multiplataforma, que ensina os estudantes a programar para iPad e iPhone, e a atividade de projetos de jogos, em que o aluno coloca na prática o conteúdo, desenvolvendo games para plataformas móveis.
Criar ferramentas para essas novas tecnologias é uma forma de dar maior independência e visibilidade aos projetos dos alunos, pois os games podem ser disponibilizados para download na Apple Store, sistema que permite aos usuários baixar games e aplicativos para a marca online. "Esse é um segmento novo que vai atrair muitos estudantes, pois são jogos simples de serem feitos e mais fáceis de publicar", afirma Bittencourt.
Empreendedorismo
Uma das empresas que nasceu desenvolvendo games para iPhone e iTouch foi a The Velopers. Criada por quatro estudantes de jogos digitais da Unisinos, ela já lançou um título para consoles da Apple e o próximo será disponibilizado em três meses.
A ideia de montar o negócio surgiu depois que os sócios assistiram a uma palestra sobre o crescimento de vendas do iPhone. Então, no início de 2010, começaram a tocar o empreendimento trabalhando em casa. Hoje três dos sócios ainda estão na faculdade e dividem seu tempo entre as aulas e os estágios. Guilherme Endres, único já formado, também tem outro trabalho. O plano é, em breve, conseguir uma estrutura física para a empresa e trabalhar em tempo integral.
O primeiro projeto da The Velopers foi lançado no meio do ano passado e se chama Stroopy. No jogo, aparece escrito o nome da cor, mas as letras estão pintadas de outra. Por exemplo, surge a palavra azul, mas as letras estão em vermelho. Então, o jogador deve apertar o botão com correspondente à cor escrita. O próximo jogo é sobre física e consistirá em utilizar fórmulas para poder lançar um rato na direção correta para que ele pegue um queijo.
Endres afirma que um dos principais motivos para apostar em plataformas como iPad e iPhone, além do aumento nas vendas, é a facilidade em distribuir e o baixo custo de desenvolvimento. "Para montar um jogo maior tem que ter um grande investimento, e esse tipo que montamos é mais fácil para as pessoas terem acesso", conta.
O jogo Stroopy não teve um grande número de downloads e já foi retirado da Apple Store, mas, de acordo com Endres, a experiência foi importante para a empresa. "Já temos umas cinco ideias novas para colocar em prática e vamos usar o que aprendemos com os erros do primeiro para aprimorar e conseguir um número maior de downloads, atingindo mais visibilidade", afirma o sócio.
Ampliação do mercado
Outra universidade que oferece esse tipo de faculdade é a Anhembi Morumbi. A graduação em Design de Games é pioneira na área e foi criada em 2003. Ela tem duração de quatro anos. O curso é responsável por um índice histórico na instituição, pois a procura vem dobrando a cada dois anos.
Para o coordenador, Delmar Galisi, a procura tem aumentado porque a área desperta interesse não só pelos jogos, mas também porque é utilizada praticamente a mesma tecnologia digital aplicada em projetos de web, multimídia, animação, vídeo digital, entre outros.
Apesar de muitas pessoas pensarem que a faculdade forma apenas profissionais para o desenvolvimento de jogos, Galisi salienta que a graduação possibilita ao aluno migrar para outras áreas. "Temos oportunidades na área de educação, cinema e televisão. O curso oferece ainda opções de atuação em produção de vinhetas, sites, bem como projetos relacionados à área de hipermídia e interfaces digitais", afirma.
Segundo Galisi, a tendência é que o mercado cresça muito, pois os jogos estão invadindo todos as plataformas: celular, TV, redes sociais e tablets. Isso abre frente para novos perfis de jogadores. "Muitos games para celular são jogados por pessoas que nunca tinham jogado em um console, por exemplo. Eu tenho percebido este movimento com os tablets também. As pessoas gostam de jogar, é algo inerente à nossa cultura", afirma.
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